8 de novembro de 2011

10!

Está escuro, o ruído da janela está mais forte, não ouço nada além da minha respiração ofegante. O quadro pendurado na parede desbotada está velho, lembro-me de quando resolvi pendurá-lo ao lado da minha cama, talvez como uma forma de conforto ao acreditar que poderia me fazer companhia. Minhas pernas estão inquietas e meu coração batendo mais forte.
Poderia ser de outra maneira, mas sempre te falei que o ser humano procura a maneira mais fácil de resolver as coisas: o refúgio. Fui fraca, porém racional. As vezes quando paro em frente à janela, penso que tudo foi em vão. Todo o tempo que levamos para nos acostumar com os nossos defeitos, a confiança que você me passou, na qual me apoiei, as manias que acabaram virando apenas detalhes nos quais eu já não me importava mais... Acabei deixando-lhe tudo, em um lugar onde espero não ter que voltar.
Não procuro pessoas, elas não seriam capazes de comprender meus sentimentos, elas podem ser igual a você, tenho medo. Não há companhia melhor que a minha, não há consolo melhor que o meu, não há melhor palavra do que o silêncio, estou muito bem.
A substituição não vai saciar a saudade de quem errou, ou você viverá sobre eternas lembranças, ou acabará tentando esquecer. Com o desgosto que sinto, será mais fácil tentar esquecer, pois não sinto vontade de lembrar, me vejo vazia quando penso no passado.
Espero que você possa se acostumar com a falta. A falta é consequência e para você, a perda é a consequência mais merecedora.
Sinto falta, muita falta... Das minhas violetas!
Não me espere para o jantar, Alice.

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